Medo e Recaída


Muitas vezes esqueço que pessoas a minha volta jamais se questionaram sobre "recuperação", não se questionam intimamente, nem tentam buscar respostas em inventários destemidos e minuciosos de si mesmo, alguns jamais se perguntaram a forma mais assertiva de expor suas opiniões afim de evitar confrontos e atritos desnecessários.
Por vezes, esqueço que uma parcela do mundo pode se jogar de um penhasco emocional, se espatifar no chão " levantar, bater a poeira e dar a volta por cima" , esqueço, alias, que parte do mundo ao menos se questiona se há riscos emocionais , elas vivem as emoções que aparecem, dando a elas respostas " lógicas e sãs".
Me peguei hoje pensando em meus medos, em quantos dos meus medos, seriam classificados como "comuns, normais, todo mundo tem", e quantos deles seriam classificados como " co-dep, trauma, síndrome", loucura né! ? Pois é, lidar com o que está dentro de nós é bem mais difícil do que lidar com o outro.
E muitas vezes, a inabilidade de lidar comigo mesma acaba me distanciando das pessoas, crio espaços para nao correr o risco de que a proximidade acabe num " esbarrão" e por fim essa colisão me derrube.
Em contra partida as pessoas também se afastam, afinal elas não entendem porque crio espaços e acabam definindo esses espaços como se eles fossem meus sentimentos. Entendem esses "espaços" como "falta de confiança", "desamor", "abalo de amizade", "orgulho", "desamizade", etc. O que na verdade é meu medo, muitas vezes é exteriorizado como algo totalmente distorcido.
Quantas vezes eu vi companheiros e companheiras esbravejando, agredindo, com armas empunhadas, com os olhos queimando em fúria, o ódio desenhado no rosto definia um sentimento distorcido do sentimento de pavor ao qual estavam passando, um tipo de medo tão aterrorizante que nos faz simular outro sentimento como instinto de sobrevivência.
Imagino muitas vezes que seja esse medo de se "desentregalizar" leve adictos e alcoólicos a recair, por não conseguirem lidar com sentimentos de medo e frustração recorremos a velhos hábitos distorcidos pois no nosso subconsciente eles "ao menos são velhas e conhecidas muletas" assim como as reações que isso irá gerar nos que interagem conosco.
Lidar com e aceitar um sentimento novo nos gera sempre a ansiedade, que vem as vezes travestido de euforia e as vezes como racionalização gerando a vontade de desistir, abrir mão, voltar a trás, etc.
É aí que colocamos nossa recuperação em prova, separando inabilidades de riscos reais, caracteristicas de personalidade a defeitos de caracter, sentimentos de medos.
Demoro muito nesse processo, e ontem minha demora se exteriorizou para o outro de forma distorcida, eu não soube ser assertiva, recaí emocionalmente e magoei alguém.
Agora é fazer as reparações, pedir desculpas sinceras, aprender, refletir, porque toda recaída abre sempre a oportunidade disso, basta boa vontade e mente aberta! Numa recaída o Poder Superior sempre me lembra de que "acreditamos que um Poder Superior, como nós O concebemos, poderia nos trazer a sanidade", e como dizia vovó: "ajoelhou, tem que rezar, por isso na queda escolha sempre cair de joelhos!" rsrs
Amo vocês!

1 comentários:

GIULLIANA FISCHER FATIGATTI disse...

Amiga, as vezes me pego fazendo as mesmas perguntas, os mesmo questionamentos, até onde é normal e onde começa a Co em meus atos diários.
Adorei a reflexão, como sempre!
Beijos

 

··¤(`×[¤Cicie e Ana¤]×´)¤··

"Insanidade é fazer as mesmas coisas, esperando resultados diferentes." Descobrimos que sozinhas não conseguiríamos, mas que com pessoas que buscam as mesmas vitórias, nos sentimos mais fortes,menos solitárias, e mais conectadas com nosso Poder Superior. Um dia de cada vez a gente junta um ano.

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