Pra quem ainda acha que dependência quimica, co-dependência , adicção e problemas com drogas é coisa de "gente fraca", resolvi criar uma tag para colocar exemplos de superação e mostrar para as pessoas que recuperação não é sinônimo de fraqueza, pelo contrário é sinonimo de FORÇA & CORAGEM.
Em entrevista a QUEM, o diretor Dennis Carvalho, 63, falou abertamente sobre alguns momentos difíceis de sua vida, como o período em que consumiu drogas e a morte de Guilherme, seu filho com a atriz Christiane Torloni, irmão gêmeo do ator Leonardo Nogueira – hoje com 30 anos –, quando o menino tinha 12 anos, em 1991, em um acidente de carro. “Fui para o fundo do poço”, diz ele.
Segue trechos da entrevista:
QUEM: Deborah Evelyn é sua sétima mulher. O que é mais difícil numa separação?
DC: Acabei ficando especialista em cenas e histórias de separação (risos). Acho que a vida ensina a gente. É muito duro se separar. É difícil, doloroso. Quem vai ficar com o que, com os filhos. Dirigir as cenas de Dalva e Herivelto, nesse sentido, também era algo muito dolorido para mim.
QUEM: O Fábio Assunção veio de uma fase delicada, da luta contra as drogas. Você deu tratamento especial a ele?
DC: O Fábio é muito meu amigo. Não dei tratamento especial, eu tive muito carinho com ele, como sempre. Esse é o quarto ou quinto trabalho que ele faz comigo e, como eu também passei por esse problema (a luta contra as drogas), fui companheiro. Eu sabia que a volta ia ser delicada para ele, o momento de reencontrar as pessoas. Nesse sentido, tentei dar um carinho maior e deu certo, ele relaxou. Ele dá um show como Herivelto e está muito maduro como ator.
QUEM: Você se reconheceu nele, já que também passou pelo mesmo problema?
DC: Não me reconheci nele, me reconheci na doença, que é a dependência química, reconhecida pela Organização Mundial da Saúde, e que, se você não tratar, morre. As pessoas mudam, mas a doença é a mesma. Cada um age de uma maneira, extrapola a doença de uma maneira.
QUEM: O que foi mais difícil superar?
DC: Foi me reencontrar com a sociedade, com meus filhos, com a minha vida, com tudo.
QUEM: Você disse que não usa drogas há 15 anos. Quais as piores tentações pelas quais passou nesse período?
DC: O que ajudou muito foram as reuniões no NA (Narcóticos Anônimos), que frequentei durante três anos. Eu ia diariamente. Isso dá força para você não cair em tentação. Fora a internação, que durou 40 dias, foi o NA que me ajudou muito nesse sentido.
QUEM: Foi difícil admitir para as pessoas que estava doente?
DC: Depois que saí da internação não foi difícil. Foi difícil entrar na internação, porque é a doença da negação. Você sempre acha que não está doente, que não é com você, que você não tem problema. Até você aceitar que é doente. Eu vou uma vez por mês ao NA visitar os amigos. E lá é muito gostoso.
QUEM: A Deborah foi fundamental nesse processo?
DC: Foi fundamental, uma tremenda companheira. Ela sofreu junto comigo e me ajudou muito. Também teve que frequentar o Nar-Anon (programa do NA que se foca no tratamento dos familiares de dependentes químicos), o que foi muito bom. Ela foi uma companheiraça.
“NÃO ME RECONHECI NELE (FÁBIO ASSUNÇÃO), ME RECONHECI NA DOENÇA, QUE É A DEPENDÊNCIA QUÍMICA (...) E QUE, SE VOCÊ NÃO TRATAR, MORRE.”
QUEM: Você também já declarou que se aprofundou mais no problema com as drogas quando perdeu seu filho, Guilherme...
DC: Foi tudo junto. Acho que a doença vinha crescendo e, com a morte dele, a coisa extrapolou.
QUEM: E a morte dele, você a superou?
DC: Não, isso a gente nunca supera. A perda de um filho é a pior coisa que pode existir para um ser humano. Porque não é a ordem natural das coisas.Não dá para superar. Tem época que eu me lembro, me dá muita vontade de chorar. Dá muita saudade, até hoje.
QUEM: Você já teve várias perdas...
DC: No mesmo ano, foi minha mãe (Djanira Carvalho) e meu filho, com diferença de dois meses. E, no ano seguinte, minha mulher, Monique. Foi um período muito difícil, fui para o fundo do poço. Aí, enfiei a cabeça ainda mais nas drogas. Foi a fase mais difícil da minha vida, mas, graças a Deus, estou vivo. Estou aí.
FONTE : QUEM
“FOI UMA ÉPOCA MUITO DIFÍCIL, FUI PARA O FUNDO DO POÇO. AÍ, ENFIEI A CABEÇA AINDA MAIS NAS DROGAS. (...) MAS, GRAÇAS A DEUS, ESTOU VIVO. ESTOU AÍ.”
Em entrevista a QUEM, o diretor Dennis Carvalho, 63, falou abertamente sobre alguns momentos difíceis de sua vida, como o período em que consumiu drogas e a morte de Guilherme, seu filho com a atriz Christiane Torloni, irmão gêmeo do ator Leonardo Nogueira – hoje com 30 anos –, quando o menino tinha 12 anos, em 1991, em um acidente de carro. “Fui para o fundo do poço”, diz ele.
Segue trechos da entrevista:
QUEM: Deborah Evelyn é sua sétima mulher. O que é mais difícil numa separação?
DC: Acabei ficando especialista em cenas e histórias de separação (risos). Acho que a vida ensina a gente. É muito duro se separar. É difícil, doloroso. Quem vai ficar com o que, com os filhos. Dirigir as cenas de Dalva e Herivelto, nesse sentido, também era algo muito dolorido para mim.
QUEM: O Fábio Assunção veio de uma fase delicada, da luta contra as drogas. Você deu tratamento especial a ele?
DC: O Fábio é muito meu amigo. Não dei tratamento especial, eu tive muito carinho com ele, como sempre. Esse é o quarto ou quinto trabalho que ele faz comigo e, como eu também passei por esse problema (a luta contra as drogas), fui companheiro. Eu sabia que a volta ia ser delicada para ele, o momento de reencontrar as pessoas. Nesse sentido, tentei dar um carinho maior e deu certo, ele relaxou. Ele dá um show como Herivelto e está muito maduro como ator.
QUEM: Você se reconheceu nele, já que também passou pelo mesmo problema?
DC: Não me reconheci nele, me reconheci na doença, que é a dependência química, reconhecida pela Organização Mundial da Saúde, e que, se você não tratar, morre. As pessoas mudam, mas a doença é a mesma. Cada um age de uma maneira, extrapola a doença de uma maneira.
QUEM: O que foi mais difícil superar?
DC: Foi me reencontrar com a sociedade, com meus filhos, com a minha vida, com tudo.
QUEM: Você disse que não usa drogas há 15 anos. Quais as piores tentações pelas quais passou nesse período?
DC: O que ajudou muito foram as reuniões no NA (Narcóticos Anônimos), que frequentei durante três anos. Eu ia diariamente. Isso dá força para você não cair em tentação. Fora a internação, que durou 40 dias, foi o NA que me ajudou muito nesse sentido.
QUEM: Foi difícil admitir para as pessoas que estava doente?
DC: Depois que saí da internação não foi difícil. Foi difícil entrar na internação, porque é a doença da negação. Você sempre acha que não está doente, que não é com você, que você não tem problema. Até você aceitar que é doente. Eu vou uma vez por mês ao NA visitar os amigos. E lá é muito gostoso.
QUEM: A Deborah foi fundamental nesse processo?
DC: Foi fundamental, uma tremenda companheira. Ela sofreu junto comigo e me ajudou muito. Também teve que frequentar o Nar-Anon (programa do NA que se foca no tratamento dos familiares de dependentes químicos), o que foi muito bom. Ela foi uma companheiraça.
“NÃO ME RECONHECI NELE (FÁBIO ASSUNÇÃO), ME RECONHECI NA DOENÇA, QUE É A DEPENDÊNCIA QUÍMICA (...) E QUE, SE VOCÊ NÃO TRATAR, MORRE.”
QUEM: Você também já declarou que se aprofundou mais no problema com as drogas quando perdeu seu filho, Guilherme...
DC: Foi tudo junto. Acho que a doença vinha crescendo e, com a morte dele, a coisa extrapolou.
QUEM: E a morte dele, você a superou?
DC: Não, isso a gente nunca supera. A perda de um filho é a pior coisa que pode existir para um ser humano. Porque não é a ordem natural das coisas.Não dá para superar. Tem época que eu me lembro, me dá muita vontade de chorar. Dá muita saudade, até hoje.
QUEM: Você já teve várias perdas...
DC: No mesmo ano, foi minha mãe (Djanira Carvalho) e meu filho, com diferença de dois meses. E, no ano seguinte, minha mulher, Monique. Foi um período muito difícil, fui para o fundo do poço. Aí, enfiei a cabeça ainda mais nas drogas. Foi a fase mais difícil da minha vida, mas, graças a Deus, estou vivo. Estou aí.
FONTE : QUEM
2 comentários:
São verdadeiros dramas pessoais que só quem viveu pode aquilatar. Dennis Carvalho e Christiane Torloni, estão de parabéns. Dói muito. Incomoda, bem sei, falar sobre lances que causam "o sentir de novo"... Bem, sei que existem lugares especializados, aonde aprendemos a utilizar determinadas ferramentas que irão nos auxiliar pelo resto das nossas vidas, mas, lamentavelmente, estes "lugares" são inacessiveis para muita gente. Na área de saúde o Brasil está avançando muito, mas é preciso avançar com maior rapidez e socializar o tratamento de quem deseja recuperar-se dessa doença chamada de adicção. Parabéns pelo post, pois ajuda quem precisa de uma mão solidária e esta mão pode aparecer sob o manto das palavras.Infelizmente permaneço anônimo !
Não tem nada demais em permanecer anônimo, afinal mesmo tendo um blog e expondo minhas ideias por aqui em "matrix", no meu mundo real muitas pessoas nem imaginam que sou uma nar-anon, alguns parentes, amigos de trabalho e etc.
Frequento o Nar-anon e lá como aqui na net tenho meu anonimato preservado, o que tento explor aqui não é que as pessoas precisam abrir suas vidas publicamente, mas sim que existem lugarem que podemos nos sentir seguros para nos ajudarmos e ajudarmos quem amamos, e que a adicção não é apenas defeito de caracter, é uma doença que atinge ricos e pobres,intelectuais e analfabetos.
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