Após algum tempo de recuperação, digo algum porque para muitos meu 1 ano de recuperação é pouco mas para mim já é uma vitória considerável. Tenho percebido que menos é mais, nesse um ano percebi que por algum tempo, ir a reuniões quase que diárias me ajudou muito, pois partilhar e exteriorizar meus sentimentos era muito difícil no começo, agora as idéias já fluem com mais naturalidade. Digo isso porque pude perceber que no começo da recuperação somos desonestos conosco e com os outros a nossa volta, não que esta desonestidade seja consciente, pelo contrário é totalmente inconsciente, imagino que se nosso subconsciente se abrisse de imediato para todos os nossos traumas enlouquecríamos. Somos mais complexos do que imaginamos.
Percebi que por muito tempo eu quis me tornar outra pessoa, busquei recuperação total, pra mim e pra quem eu amo, e isso só me deixou a cada dia mais frustada e desencadeou milhares de brigas, algumas muito feias, porque tanto eu quanto quem amo usávamos a programação das salas de ajuda mutua pra se defender e atacar os outros, como?
Simples, frases que aprendemos no programa são usadas pra atacar, do tipo:
Fulano vc está na maior auto-piedade!, ou Isso é justificação!, Vai pra sala que vc está muito doente ainda!, ou até mesmo: Fale de vc... não de mim!
Percebendo os companheiros ao meu redor, e a mim mesma puder perceber que eu estava vivendo recuperação e não vivendo A recuperação, pois em casa só falavamos de grupos de ajuda, recuperação de companheiros, serviços das irmandades, clinicas de recuperação, e reunião, conversando com meu marido ele também disse que vinha pensando nisso a algum tempo, chegou até se questionar sobre o que poderia conversar comigo que não fosse de recuperação, e assim passamos alguns meses entre reuniões e encontros casuais em casa.
Quando ficávamos muito tempo juntos, do tipo 2 dias em casa sem ir para uma reunião dos grupos que frenquentamos, brigavamos, então achavamos que a solução era continuar sendo assiduos diarios das reuniões, mas assim contiuavamos a nos sentir frustados por não termos tempo de ficar juntos.
Eu vivia frustada porque não conseguia modificar alguns traços da minha personalidade que eu tinha como defeitos de caracter. Ele frustado porque mesmo tendo um tempo limpo, eu não ficava satisfeita.
Foi dificil pra eu entender que a recuperação é para que eu me sinta melhor e não para fazer o outro parar de usar drogas ou para transformar o outro no principe encantado dos meus contos de fadas.
Percebi também que muitos traços de caracter são meus, e que eles não e incomodam, ou que talvez eu ainda não esteja pronta para abrir mão deles. Percebi que a mudança serve pra me tornar mais serena e não para ter créditos, a mudança dem de ser em primeiro lugar para mim, sendo assim talvez reflita no outro.
E que eu nunca vou deixar de ser a Cinthia, mas que com certeza posso ser uma Cicie Melhor, mais calma, mais serena, mais corajosa e MAIS FELIZ!
Modificar a mim mesmo difere de se tornar outra pessoa.
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
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1 comentários:
Amei esse texto muito bom,mudamos para que a nossa mudança reflita no outro e não para obrigarmos o outro a mudar...muito bommm...
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