Solidão e Estar Só....

É engraçado como mesmo não conhecendo as pessoas com quem fazemos contato pelo mundo virtual, elas tem o poder de povoar nossa mente, digo isso porque neste final de semana passei boa parte do meu tempo pensando na vida, e dois amigos que fiz por aqui me ajudaram, mesmo sem saber, Um Timido, tem a solidão como zona de conforto, e luta pra mudar, pois a timidez já o fez muito mal, o outro, Um Adicto, que tb foge da solidão, muitas vezes aceitando até a viver mal, pra evitar ficar sozinho nesse mundo de Deus. Nós três, estamos passando por fases totalmente diferentes, mas as três ligadas a solidão, ou pelo menos ao estar só. O engraçado é que me identifico demais com eles.
Na sexta-feira o papai veio buscar nossa filhota pra passar o final de semana na casa dele como tem feito desde que nos separamos, eu não tinha nada pra fazer, nem ninguém pra fazer nada comigo.
Se isso acontecesse a uns bons anos atrás eu tinha cortado os pulsos.
Antes de perder praticamente todos "os meus amigos", Antes de se casar, Antes da co-dep e da adicção, meu maior medo era a Solidão, tinha um pavor horrivel de morrer sozinha, sem amigos, sem colegas... enfim sem alguém que ao menos lembrasse de mim.
Com a gravidez "não planejada", o casamento antecipado e a adicção do meu marido, me fechei num mundo meu, não tinha vontade de dividir meus sentimentos com ninguém, e as amizades que restaram após tudo isso foram reduzidas quase que a zero (é... muitos daqueles que se diziam "irmãos de alma", quando o caldo entornou na minha vida trataram rapidamente de baterem em retirada), e como nada passa pela gente sem deixar uma marca, consegui uma linda placa que dizia: "NÃO SE APROXIME, EU NÃO CONFIO EM NINGUÉM", foi dificil aprender a confiar, aprender a fazer amigos, fiz alguns no Nar-Anon, abri meu coração em muitas reuniões, ajudei e fui ajudada, mas sempre senti que era diferente, porque numa sala de ajuda mutua existem, entre outras, dois coisinhas que na minha opnião deveriam ser a premissa de qq amizade: ANÔNIMATO E AMOR INCONDICIONAL, e isso, meu irmão... è o que salva a vida!!!
O Nar-anon é até hoje meu melhor amigo, pois lá... eu não vou ser julgada, condenada, não sairão por ai contando o "meu segredo", aliás... nem dirão que estive lá (rs).
E, voltando a história da solidão, ficar só, e pensar nesses dois amigos de batalha que falei no começo, me ajudaram e não "surtar".
Meus "amigos fora de Matrix", os do mundo invirtual, estavam vivendo sua vida, um viajando, outro sem celular (ou possivelmente morto, rs, afinal não consigo falar com ela desde me separei, acho que está dentro do metro até hj, rs), outros são casados e tem suas vidas corridas, nenhum "disponivel", e eu sem coragem pra abrir a porta e me jogar "na night", na selva das pessoas solteiras e desimpedidas.
Me peguei pensando Óóóóó Estou Só Nesse Mundão de Deus!!!!... Transe que demorou apenas alguns segundos.... Tempo suficiente para meu subconsciente dar um choque na sanidade, que me fez acordar do SURTO PSICÓTICO E AUTO-PIEDOSO com uma bela bofetada.... dada aliás... por mim mesma (rs).
Tem um ditado oriental, alias ditados orientais são sempre um tapa dado com luva de pelica,
"Você não pode impedir que abutres sobrevoem sua cabeça, mas pode impedir que eles façam um ninho nela....".
E durante o final de semana fui buscando formas de não deixar a bola cair, no final das contas o saldo foi bastante positivo e eu acabei curtindo muito ficar só.
Acabei gostando, foi legal saber que tenho uma pessoa muito especial que Adora cuidar de mim, que adora fazer coisinhas gostosas pra eu comer, que gosta de arrumar minhas gavetas e que também adora assistir filmes melosos de romance, e o melhor de tudo foi saber que essa pessoa está sempre disponivel, essa pessoa sou eu mesma e aliás a unica que pode cuidar de mim, e só de mim e só por mim.
Aprendi com meus amigos da Matrix que se isolar muitas vezes pode ser uma fuga, e que se isolar fugindo da realidade, fugindo até de si mesmo é doentio e precisa de tratamento, por isso chamamos de recuperação... recuperar a ação de ser eu mesmo, mas que também pode ser benéfico, quando o isolamento se transforma num estar só, acompanhado de si mesmo, quando nos retiramos do externo pra arrumar a casa, pra limpar a casa interna, para se conectar um pouco mais a um Poder Superior que pode tudo, para reorganizar as idéias, para ouvir um pouco de silêncio... Foi bom...
Foi bom estar só.... mas sei que como toda louca (rs...sabe como é né?), não posso me deixar "viciar", pq aí... vira Isolamento....

10 comentários:

Luis disse...

Engraçado, os três perfis que traçou para cuidar da solidão se encaixam perfeitamente em mim. Creio que foi Vinicius de Moraes quem, em seus poemas, assim denominou três sentimentos que me envolvem, atualmente: ânsia de vivem, angústia de morrer e "solidão fim de quem ama". Só e como companhia a solidão de que tem uma imensa ânsia de viver, que conhece a angustia de saber que é mortal e esta sensação terrivel de se sentir só, como um homem ilhado dentro de um continente povoado. Particularmente sinto aquela sensação de estar em um quarto, em que, em um passado próximo havia alguém junto a mim e agora, este quarto ficou vazio.Solidão parece ter parentesco com saudade e outros sentimentos que incomodam bastante. Bem, mas minha solidão é, algo parecido com o amor no sentido de que assim ficamos prisioneiros por vontade. No caso da solidão, ela independe da nossa vontade e, raras vezes, nasce da vontade e do desejo de estar só e não de ser só. Em mim funciona como se um imperativo da razão, devido as circunstâncias em que minha vida se encontra, face a adicção. Entretanto, sinto que a solidão nada mais é do uma resultante da nossa incompetência de restabelecer nossas relações com outras pessoas, conectando-nos com o mundo, através do nosso instinto gregário. Eu estou preso às minhas circunstâncias e devo, para vencer a solidão, amadurecer até atingir um estado de independência que me permita, vencer este "estar-se preso", sob condições que não foram estabelecidas por mim, mas pelos co-dep. e buscar uma nova vida onde me seja possí vel reconectar-me com o mundo sóbrio e com pessoas sóbrias, de modo independente, mediante um desligamento com amor. Isso é o que me leva a suportar a minha própria solidão: o conhecimento da necessidade de recuperar minha liberdade e, livre, buscar o fim da minha solidão, que pode ser estimada como sendo relativa, vez que tenho companhia e, mesmo assim, afetivamente, estou só, abstinente. Mas como é complicada esta minha solidão?! O pior é que ser só é uma coisa e ser só com timidez é outra forma bem pior de solidão. Não me auto-flagelo de modo algum. Há componentes que deveriam ter sido suprimidos por mim, determinadas imperfeições que só o tempo tratará de corrigir. Alonguei-me, Também não sou de contar meus segredos, meus sentimentos, minha vida, mas, de repente isto me ocorre e não sei o que me impulsiona a fazer isto de modo desenfreado e de forma prolixa. Mas assim fiz, assim está feito. Mas eu não cheguei ao fim de quem ama: há luz no final deste túnel alongado que percorro faz algum tempo. Creio que me desviei um pouco do que foi escrito no post.
Quero dizer que sua abordagem é sensacional e inteligente e que gostei. Simplesmente gostei e lhe parabenizo, enquanto espero que continue escrevendo, provocando reações benéficas em todos aqueles que tiverem a sorte de ler o que escreve. Vá firme, seu caminho é de luz!

Anônimo disse...

O mundo virtual tem uma magia impressionante. O ato de cativar, influenciar, de buscar, de querer partilhar e compartilhar, de contar segredos, de abrir pequenas janelinhas do inconsciente, sem ter consciência disto. De despertar o subconsciente, de contradizer-se, é algo que me impressiona faz muitos e muitos anos, principalmente quando nasceu as BBSs, e aqueles experimentos voltados para a implantação de provedores de internete. Anos 80, salvo engano. Pois esta magia já era um demonstrativo do poder que o mundo virtual traria para todos que dele participam. Eu mesmo me enamorei muitas vezes pela internete até o dia que resolvi deixar de ser um sujeito tão voluvel.
(parte1)

Anônimo disse...

A solidão é algo interessante de se tratar, digo melhor, de ser comentar. É complicado falar sobre este tema, pois, nossa concepção de solidão é a do estar e ser sozinho, ainda que este não seja o desejo do solitário. Mas não é bem assim. No meio de uma multidão podemos observar que existem pessoas que se sentem solitárias, como Fernando Pessoa, o grande poeta, com seus multiplos heterônimos, manifestou.
Ausência de amigos, da perda de contatos, da defasagem das nossas agendas telefônicas, cujos números de telefones mudaram. A telefonia fixa quase inexiste, tudo agora parece se dar através dos celulares, dos chips diversos de operadoras diversas, dos números que são trocados constantemente de modo a contribuírem com a nossa perda de contato. Construir novos amigos é complicado, afinal, confiança é uma batalha pra se conquistar e basta um passo errado para perde-la. Alguém me disse isto e apenas repito.
Sou um sujeito que acredita em amizada como acredita em amor e muitas vezes quebra a cara. Faz parte do show da vida. As pessoas, mundo atual, revelam-se individualista ao extremo, focadas sempre no próprio eu. Que se foque no próprio eu, tudo bem, mas focar-se totalmente no próprio eu, é egoísmo e egocentrismo e não quero ser assim. Quero ser honesto com meus principios e valores. As irmandades nos ensimam muitas coisas, A troca de experiências é formidável, mas nem tudo o que se diz é compreendido como deveria ser e, muitas vezes aplicamos determinadas aprendizagens em pacientes diferentes, em situações que aparentemente se parecem, mas são diferentes. Quebramos a cara por não termos flexibilidade, o que não é um erro. Para se administrar conflitos humanos há que se ter flexiblidade, muitas vezes. Noutras puxar as redeas é bom, noutras deve-se afrouxa-las. Tratar a cabeça alheia como quem deixa uma panela de pressão largada no fogão, é um grave erro.
E, a solidão é uma resultante de tantos erros. De tantos equivocos e incompreensões. Somos eternos aventureiros e seres que fazem da vida uma, ou várias aventuras errantes, até um dia acertar-mos. Não importa quando iremos acertar, o que importa é ter a convicção do acerto. Por isso não sou um ser trancado, hermeticamente fechado, impermeável. Errar é humano, continuar a errar pode ser burrice, mas continuará sendo um erro humano.
(parte 2)

Anônimo disse...

A solidão é algo interessante de se tratar, digo melhor, de ser comentar. É complicado falar sobre este tema, pois, nossa concepção de solidão é a do estar e ser sozinho, ainda que este não seja o desejo do solitário. Mas não é bem assim. No meio de uma multidão podemos observar que existem pessoas que se sentem solitárias, como Fernando Pessoa, o grande poeta, com seus multiplos heterônimos, manifestou.
Ausência de amigos, da perda de contatos, da defasagem das nossas agendas telefônicas, cujos números de telefones mudaram. A telefonia fixa quase inexiste, tudo agora parece se dar através dos celulares, dos chips diversos de operadoras diversas, dos números que são trocados constantemente de modo a contribuírem com a nossa perda de contato. Construir novos amigos é complicado, afinal, confiança é uma batalha pra se conquistar e basta um passo errado para perde-la. Alguém me disse isto e apenas repito.
Sou um sujeito que acredita em amizada como acredita em amor e muitas vezes quebra a cara. Faz parte do show da vida. As pessoas, mundo atual, revelam-se individualista ao extremo, focadas sempre no próprio eu. Que se foque no próprio eu, tudo bem, mas focar-se totalmente no próprio eu, é egoísmo e egocentrismo e não quero ser assim. Quero ser honesto com meus principios e valores. As irmandades nos ensimam muitas coisas, A troca de experiências é formidável, mas nem tudo o que se diz é compreendido como deveria ser e, muitas vezes aplicamos determinadas aprendizagens em pacientes diferentes, em situações que aparentemente se parecem, mas são diferentes. Quebramos a cara por não termos flexibilidade, o que não é um erro. Para se administrar conflitos humanos há que se ter flexiblidade, muitas vezes. Noutras puxar as redeas é bom, noutras deve-se afrouxa-las. Tratar a cabeça alheia como quem deixa uma panela de pressão largada no fogão, é um grave erro.
E, a solidão é uma resultante de tantos erros. De tantos equivocos e incompreensões. Somos eternos aventureiros e seres que fazem da vida uma, ou várias aventuras errantes, até um dia acertar-mos. Não importa quando iremos acertar, o que importa é ter a convicção do acerto. Por isso não sou um ser trancado, hermeticamente fechado, impermeável. Errar é humano, continuar a errar pode ser burrice, mas continuará sendo um erro humano.
(parte 2)

Anônimo disse...

O modo empirico da tentativa e erro não me parece ser a metodologia mais apropriada para quem busca acertar os seus próprios ponteiros no relógia da própria vida. Temos nossos próprios tempos. Uns estão atrasados, outros adiantados e poucos na marcação correta, o que não significa crer na existência de seres perfeitos. Sim, sou solitário porque a minha projeção narcisistica não foi encontrada. Buscamos a cara-metade e os encaixes nem sempre se encaixam do modo sonhado e idealizado. Estes são outros defeitos que possímos e não nos damos conta deles.
Para finalizar tenho minha própria sombra como companhia. Em dados momentos ela segue na minha frente, notras me segue, Pode estar de um lado, ou de outro, mas sempre junto a mim. Em dado instante do dia pisamos nesta companhia que nada mais é que a nossa projeção. Na vida existem pessoas que são encaixes perfeitos, outras apenas parecem ser. As primeiras desconsideramos e acreditamos mais nas outras alternativas.
De resto, solidão também é o desencontro de duas almas que decidem se afastar uma da outra. Ninguém quer viver sofrendo. Solidão, em certos momentos é um desejo que nasce da vontade firme de querer estar só, como quem precisa estar só para se reencontra, para por os pingos nos is. Noutras vezes solidão é a nossa própria loucura, nosso próprio isolamento. Mas existe a solidão imposta, como aquela que se aplica nos malditos carceres da vida. Não é à toa que as "solitárias" existem e funcionam como uma tortura. Sim, a solidão é uma tortura para a mente, por mais que não aceitemos esta assertiva. O estar só é uma privação e, ao mesmo tempo uma negação evidente da real e imperativa necessidade que temos de precisar de alguém, pos, sós, somos apenas o próprio eu e a sua representação simbólica, chamada sombra.
(parte 3)

Anônimo disse...

Um radinho de pilha, uma TV, um animal domestico, plantas, servem como artificios de companhia, mas no plano afetivo, sentimental, não nos traz de volta aquilo que desejamos e que denominamos amor e só o amor é capaz de reconstruir, refazer, retocar, remodelar e, quando ele se ausenta, por melhor que seja a nossa intenção, bate um treco diferente no coração e nos sentidos e, não mais que de repente, faz-se de triste o que se fez contente, como bem cuida o nosso poeta maior, Vinicius de Moraes, em o soneto da separação. Felizmente temos a internet, o fantastico mundo dos espelhos, que é o mundo virtual dos internautas, que, de certa maneira, nos retira uma parcela de solidão e estabelece laços afetivos de amizade, uma amizade de que toca algo no espelho, mas que não pode penetrar para dentro do que o espelho reflete e o que mais desejamos é o mundo dos encantado dos espelhos e sofremos, pois não entendemos a nossas próprias projeções, quanto mais a do resto e vivemos assim e assim levamos a vida. Mas solidão também é um estado de espirito, um estado d´alma e não tende a se perpetuar. Enquanto sós permanecemos escravos de algo, estamos presos a algo que podemos, ou não, definir acertada, o erroneamente. Mas o ser só pode demorar, mas um dia finda.
SEus posts são uma viagem para quem aspira refletir.
(parte 4)

Anônimo disse...

"e eu sem coragem pra abrir a porta e me jogar "na night", na selva das pessoas solteiras e desimpedidas"
Esta coragem é o que não me falta e o que me impede de assim fazer,de assim viver, de "me jogar na night" são os meus mecanismos de auto censura que se desencadeiam e brotam sempre que a uma censura velada no meio que me cerca. Significa dizer que, muitas vezes, não faço aquilo que desejo fazer, premido pela censura que não me pertence e que acaba me "contagiando" e pondo em minha cabecinha algo que denominamos como culpa e arrependimento, mesmo que não exista culpa, nem arrependimento, a pressão da condenação é tamanha que me inibe, me tranca e, no mais, se assim permaneço é que existe em mim, no fundo, no fundo, uma dependência, um elo que me vincula a outras pessoas e que funciona, dentre outras maneiras, como um centro repressor, um super-ego coletivo ligando o meu próprio super-ego, o que me faz negar o principio do prazer, gerando uma neurose.

(continua...)

Anônimo disse...

"e eu sem coragem pra abrir a porta e me jogar "na night", na selva das pessoas solteiras e desimpedidas"
Esta coragem é o que não me falta e o que me impede de assim fazer,de assim viver, de "me jogar na night" são os meus mecanismos de auto censura que se desencadeiam e brotam sempre que a uma censura velada no meio que me cerca. Significa dizer que, muitas vezes, não faço aquilo que desejo fazer, premido pela censura que não me pertence e que acaba me "contagiando" e pondo em minha cabecinha algo que denominamos como culpa e arrependimento, mesmo que não exista culpa, nem arrependimento, a pressão da condenação é tamanha que me inibe, me tranca e, no mais, se assim permaneço é que existe em mim, no fundo, no fundo, uma dependência, um elo que me vincula a outras pessoas e que funciona, dentre outras maneiras, como um centro repressor, um super-ego coletivo ligando o meu próprio super-ego, o que me faz negar o principio do prazer, gerando uma neurose.

(continua...)

Anônimo disse...

Quero ir, mas minha mulher não deixa". Não vou discutir esta frase, mas o que ela significa nesta situação é uma relação de dependência, que pode ser sadia e honesta, ou não. Mas há um senso de responsabilidade, um elo de dependência, cujo grau é suficientemente forte ao ponto de impedir alguém de fazer algo que venha, depois, servir como fonte de desconforto e gerar situações desagradáveis. Descomprometido, livre, independente, nada me impede de sair e de me jogar em busca de uma distração descompromissada. Cair na "night" é cair onde reside a fonte de quase todos os prazeres ditos mundanos. A noite é um convite ao pecado. Ela embriaga os sentidos, entorpece, atrai, convida, chama, seduz e a noite tem seus riscos, também, principalmente para quem se sente só e, quem se sente só, infalivelmente buscará na noite o que não se vê durante o dia. Durante a noite, como em um baile carnavalesco, as mascaras caem e as pessoas se tornam mais verdadeiras. O chato nisso tudo é que a noite vicia e gera, de certa maneira, compulsões e fissuras. A noite é um convite ao "pecado", aos enganos e desenganos, mas a noite é ultra romântica e nela se estabelecem relações afetivas extremamente fortes, apaixonadas. Comedimento é requisito básico para quem se atreve a "jogar-se na night" e, lá um dia, contrariando tudo e a todos, somos tentados a aceitar o convite de comparecer a uma balada e esse começo, quando livre estamos e livre somos implica em tantas coisas. Não é à toa que a noite é da boemia e tem muito a ver com a liberdade e a libertação e o desprendimento da consciência. Resta saber até onde podemos ir e conhecermos nossos limites sem quebrarmos nosso elo de ligação com o mundo das nossas responsabilidades, por que a noite é a negação de determinados compromissos, é a ausência de responsabilidade, é o desprendimento do eu pelo prazer, pela incessante busca do prazer. Não compreendo porque a noite exerce tanto fascínio em mim. Mas, esta mesma noite que nos causa tantos atrevimentos, nos causa situações desconfortaveis no dia seguinte. O ser prudente sai com maturidade, diverte-se e, em dado momento da um tchau à noite e regressa ao lar, ao conforto (ao menos o lar deve servir como tal)e dorme-se e se sonha. Mas somos, no fundo e antes de tudo, dependentes e co-dep de inúmeros laços afetivos que nos prendem, que nos seguram e que nos amarram. Sair sozinho à noite é muito chato e, de repente, pode tornar-se divertido como em um sonho, mas também pode ser ruim como um pesadelo. Quando me jogo é pra valer à pena e esse valer à pena pode durar frações de segundos, como pode se imortalizar em dado instante. Mas o grande mal de quem busca sair da solidão é a ingenuidade, além dos excessos de pesos e medidas, determinantes do medo. Estamos atados a um montão de coisas, prisioneiros que se julgam libertos. Na verdade somos muito dependentes e, que assim seja, são as redeas da razão versus a falta de freio da loucura, porque aventurar-se é estar-se solto, livre e suavemente louco para pensar loucuras, que nada mais é do que encontrar-se no mundo dos sonhos, no mundo sonhado do prazer e temos os nossos próprios limites, nossos mecanismos de sobrevivência e as nossas responsabilidades. Se eu fosse livre de verdade eu não sei o que realmente seria de mim, talvez um perdido na noite.Mas não quero me perder, preciso mesmo é me encontrar, nesta minha fase de isolamento imposto.
Que post provocante que me deixou sem freios!

··¤(`×[¤Cici¤]×´)¤·· disse...

Muito Obrigada aos comentários, o incrivel é ver como um texto simples pode se tornar em algo tão espetacular, cada comentario feito enriquece ainda mais o tema, um completa o outro.

 

··¤(`×[¤Cicie e Ana¤]×´)¤··

"Insanidade é fazer as mesmas coisas, esperando resultados diferentes." Descobrimos que sozinhas não conseguiríamos, mas que com pessoas que buscam as mesmas vitórias, nos sentimos mais fortes,menos solitárias, e mais conectadas com nosso Poder Superior. Um dia de cada vez a gente junta um ano.

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