Meus avós paternos tiveram 6 filhos, 4 genros e 2 noras, 11 netos,
4 bisnetos sem contar os agregados, os maridos/esposas dos netos, os co-
cunhados, os amigos intimos que acabaram virando tios e tias legítimos, enfim, qq almoço de familia vira um evento por aqui.Em velórios não poderia ser diferente, aliás, no velório do meu avô foi pior, ainda vieram os parentes "distantes"(vulgo: de outro estado - sim os que só aparecem em casamentos ou velórios, mas que sabem da sua vida mais que você mesmo).
Mas enfim, além da tristeza, de saber que "nunca" mais vou poder abraçar meu avô, que "nunca" mais vou ganhar um cafuné dele, ou ver aquele velhinho baixinho, mineirinho tirar uma bala do bolso e dizer com toda a simplicidade do mundo que tinha lembrado de mim... (rs, mesmo tendo um batalhão de netos adultos, meu avô ainda comprava balas, pirulitos e coisas assim pra gente).
O engraçado, e muito interessante, é que quando as pessoas se vão é isso que fica , dificilmente a gente se lembra das coisas ruins. Meu avô por exemplo, não foi um cara politicamente correto, era mulherengo( e evangélico ao mesmo tempo), era gastão, o dinheiro na mão dele era que nem areia no vento, era um pai muito rígido quando os filhos eram pequenos, entre outros defeitos de carácter... Mas com sua morte, seus defeitos foram enterrados, e daí ficou viva as boas lembranças e com elas as boas qualidades.
As vezes precisamos disso, da uma morte rápida e indolor, rs, "calma cocada", não estou com nenhum pensamento suicida, mas ontem, me dei conta de que choramos tanto na hora do enterro e que depois disso fica uma névoa fina no ar, uma névoa de que mesmo sentindo a dor da "perda", ainda vão existir e serão bem vivas as boas lembranças, então decidi fazer meu próprio funeral, enterrar parte do meu 4ºpasso, porque afinal eu já chorei o bastante pelas coisas do passado que "fizeram bico na minha forma de pão" agora enterrando as lembranças ruins, os defeitos de caracter adquiridos, ficará aquela névoa....fina... deixada pelas lembranças vivas das fases boas, das conquistas, das montanhas escaladas ficará somente a chegada ao pico, não mais as raladas da subida.
Lembranças dos defeitos trabalhados, e que pouco a pouco foram se transformando em qualidades, não mais a dor do arrependimento, da desilusão...
Porque a morte é assim... dor, tristeza, saudade, enterro e revivamento das boas lembranças, essas sim...ficarão vivas... Transformando o que foi ruim em algo bom...
ps: Obrigada aos companheiros.... é muito bom ouvir : "tamo junto"
3 comentários:
Seus textos e o seu estilo são bem interessantes. Nós, do SO POR HOJE, gostamos dos seus comentários. Porque não nos manda um texto para publicarmos. Abraços,
SPH
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