Eu achava que grupos de ajuda, ou os chamados grupos anónimos eram grupos à margem da sociedade, lugares obscuros, onde pessoas de "todos os tipos estranhos" se juntavam para falar das suas esquesitices e falhas... Bom descobri que a única verdade de tudo isso, era a parte..." se juntavam".
Antes de contar minha "primeira vez", melhor dizer porque cheguei, quando cheguei, e como cheguei...
Eu sempre fui uma criança "responsável", gostava de ir a escola, tirava boas notas, não era muito de namorar (tive 3 namorados), mas era bastante "namoradeira" (gostava mesmo era de "ficar"). Fazia faculdade, trabalhava, enfim digamos que era uma boa menina. No segundo ano de faculdade conheci meu atual marido, entre namoro e casamento foram +/- 5 anos, sempre fomos festeiros: baladas, festas e viagens eram frequentes, bebíamos muito, e as vezes, sim... usávamos drogas (isso nos primeiros anos de namoro, depois paramos e nunca mais usei).
Em jan/08, descobri que estava gravida e em abr/08 casamos, em Julho minha filha nasceu, e ai meu marido começou a chegar cada vez mais tarde, e se tornar agressivo, as vezes trocava o dia pela noite, enfim o caos aconteceu em agosto do mesmo ano, que ele pediu ajuda, estava tendo problemas com as drogas...
Pedimos ajuda a um amigo, que nos indicou o NA (Narcóticos Anônimos).
Nossa!!! Que vergonha eu sentia no primeiro dia que fui com meu marido a uma reunião de NA, estava perdida, chorei muito, não entendi muito bem, mas por alguma força superior meu marido levantou a mão, quando foi perguntado se alguém ali tinha o real desejo de para de usar - Quanto amor eu senti naquele dia, pessoas que realmente entendiam o sofrimento do meu marido e o amavam... INCONDICIONALMENTE - Enfim não vou falar muito de NA, porque quem tem mais propriedade pra falar de NA, não sou eu e sim um membro de NA.
Em out/09, meu marido pediu ajuda novamente, pediu pra se internar, nesse dia não aguentei de tanta dor e pedi ajuda , me informaram do Nar-Anon - grupo de ajuda a familiares de dependente químicos, fui a minha primeira reunião buscando ajuda pro meu marido, encontrei acolhimento, amor, e ajuda para mim.
Cheguei ao Nar-anon chorando e sai chorando, entrei sentindo vergonha, raiva, desespero e descobri lá dentro pessoas como eu, que trabalhavam, que tinha família e que assim como eu tinham sido afectadas pela adicção de um ente querido.
Encontrei abraços, olhares e palavras de compreensão e afeto, descobri o que era anonimato, descobri com isso o conforto de que as pessoas não mais apontariam o dedo para mim na rua, pois numa sala eu poderia falar o que tivesse no meu coração e que ali não seria julgada certa ou errada, seria acolhida e ouvida.
Eles me disseram que já me amavam de uma forma especial, que um dia eu iria entender esse amor. Falaram que estavam ali pra dividir força, experiência e esperança, e que eu também entenderia isso.
Continuei voltando, mesmo nos dias em que a velha Cici ficava no preconceito e no julgamento. Descobri o que era co-dependência, facilitação, desligamento com amor, poder superior, e muito mais do que eu podia imaginar.
Quando descobri o que era co-dependência e assim também descobri o CODA - Co-dependentes Anonimos, descobri que assim como eu muitos, sentiam o que eu sentia, mais uma vez encontrei amigos, companheiros, e pessoas que não julgavam minha dor.
Hoje continuo, um dia de cada vez, aprendendo e errando, mas hoje sinto que meus amigos "anonimos" estão comigo pra me ajudar, e para dividir a dor e a alegria.
Hoje tenho uma corda!!
São os grupos de ajuda..
Eles podem até não evitar que eu cai, mas evitam que eu chegue ao fundo do poço, e assim me ajudam, puxando a corda, dividindo o peso!
Outro dia falo os segreds que encontrei "Na próxima reunião"...
Bons momentos,
1 comentários:
...Descobri o que era co-dependência, facilitação, desligamento com amor, poder superior, e muito mais do que eu podia imaginar...
Minha primeira experiencia assim, foi no blog da Giu, numa noite de desespero e dor comecei a escrever na net e fui parar la, dai encontrei voce, e os outros, Meu Deus como eu acgradeço ter encontrado voces. Nunca participei de grupo de ajuda fisico, e fico imaginando como seria um, pois só de ler os post de todos e saber que não estou sozinha ja me ajudou demais da conta.
Quando eu me desconbri uma Codependente, senti como se minha casa derepente acendesse uma luz no meio de tantas apagadas. estou gatinhando neste negocio todo de me descobrir, mas estou amando.
Brigaduuu e tamujuntoooooooo
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