"Prego que se Destaca Leva Martelada!!!"
Lembrei desse ditado ontem enquanto lia os comentários daqui do blog, engraçado como a gente aprende essa atitude deste pequeno né? Minha filha de 3 anos, tem um brinquedo "pedagógico" desses, os pinos ficam subindo e descendo e a finalidade é acertar os que saem dos buraquinhos, ela já percebeu que sempre que algum pino levanta, tem é que descer-lhe a marreta!!!
E assim a gente aprende desde pequeno, aprende que os que se destacam são martelados, sei bem como é, fui uma criança que não gostava de bonecas, de casinha ou de fofurices, não gostava de pentear o cabelo (eu vivia "acidentalmente" grudando chiclete nele e por isso sempre tive cabelo joãozinho), gostava mesmo de brincar de luta com meu pai, de andar de rolimã, e de formigas (hoje essas pequenas me dão paúra, rs). Resumindo, eu me destacava e por isso levei algumas marteladas, algumas meninas da escola me chamavam de "Paraíba" (a mulé macho sim Senhô!kkkkkkkk), eu nunca liguei, não queria ser menina mesmo, tanto é que quando ganhei meu primeiro sutiã ,de uma tia minha que encasquetou q eu já era mocinha, eu chorei, chorei de raiva pq sabia que poderia perder amigos (naquela época quem usava sutiã não era mais criança e portanto tinha que se comportar como "MOÇA") , gostava de subir em árvore, de guerra de mamonas e de tocar as campainhas das casas e correr.
Tive poucas amigas, e muitos amigos, fui a ultima da turma a crescer, fui a BV por muito tempo, rsrs. Na minha família (quase toda religiosa) eu era a ovelha negra ( mulekona, tatuada, com piercing) depois com o tempo foram aparecendo outros pregos para serem martelados. Mas cansei de ouvir as mais diversas especulações sobre mim : achavam que eu era lésbica, "pervertida", esquisita, maloqueira, lésbica de novo, rebelde (e eu nunca dei trabalho pros meus pais!), briguenta, desleixada, muleka, hoje em dia minha vó diz que meu problema é que eu sou "disquitada" e "independente demais" ...?!... é virou desqualidade ser independente...rs... Eu não ligo, acho graça, minha família se ama muito, mas eles gostam da madeira lisinha sem pregos salientes.
_______
E muitas vezes tratamos o dependente químico em recuperação como um prego destoante numa madeira lisinha, não queremos saber se ele está feliz, ou se gostaria de fazer parte da nossa vida ou vice e versa, temos dificuldade de entender que aquela pessoa que tropeçou um dia lá no passado está conseguindo se levantar ou então já consegue caminhar.
A maioria dos meus amigos(as), adictos em recuperação, preferem estar com companheiros de programa, à companhia da família, porque junto com os seus eles se sentem normais, não são julgados pelo passado nem advertidos quanto ao futuro. Se sentem amados ao invés de condenados, conseguem sentir a saúde se reestruturando ou invés de se sentirem doentes infectocontagiosos, os companheiros tem orgulho deles ao invés de vergonha e dó.
Cansei de ver familiares de dep. químicos se referirem aos seus como se eles fossem uma doença contagiosa, já ouvi absurdos do tipo : "Vc é esposa, não tem vinculo de sangue, pode largar quando quiser!!!" Ah... Vá pra PqP, né?! (só pensei...rs). Escolhi viver ao lado do meu familiar porque acreditava na sua recuperação, porque tive sim muitos momentos felizes, e havia AMOR, UNIÃO....e SOMOS ATÉ HOJE UMA FAMILIA!!!! Ele hoje está em recuperação, sua mãe não passou pela fase braba da ativa, nós já estávamos casados, mas mesmo assim ela foi atingida de tal forma que sofre até hj por uma coisa que ela nem sabe o que é, hj eu e nossa filha somos muito mais a familia dele do que o próprio laço de sangue da casa dele! Ele sabe que eu não dou meios abraços, ou que não confio em sua recuperação, torcemos muito um pelo o outro.
Eu não posso "largar" ninguém, porque esse alguém não é um objeto, somos adultos e como adultos temos o livre arbítrio de escolher, e não me venha com essa de "laço sanguíneo", pois já vi absurdos proferidos por "laços de sangue" que eu não falaria nem ao próprio cramunhão...
Quiz Minuto:
Lembrei desse ditado ontem enquanto lia os comentários daqui do blog, engraçado como a gente aprende essa atitude deste pequeno né? Minha filha de 3 anos, tem um brinquedo "pedagógico" desses, os pinos ficam subindo e descendo e a finalidade é acertar os que saem dos buraquinhos, ela já percebeu que sempre que algum pino levanta, tem é que descer-lhe a marreta!!!
E assim a gente aprende desde pequeno, aprende que os que se destacam são martelados, sei bem como é, fui uma criança que não gostava de bonecas, de casinha ou de fofurices, não gostava de pentear o cabelo (eu vivia "acidentalmente" grudando chiclete nele e por isso sempre tive cabelo joãozinho), gostava mesmo de brincar de luta com meu pai, de andar de rolimã, e de formigas (hoje essas pequenas me dão paúra, rs). Resumindo, eu me destacava e por isso levei algumas marteladas, algumas meninas da escola me chamavam de "Paraíba" (a mulé macho sim Senhô!kkkkkkkk), eu nunca liguei, não queria ser menina mesmo, tanto é que quando ganhei meu primeiro sutiã ,de uma tia minha que encasquetou q eu já era mocinha, eu chorei, chorei de raiva pq sabia que poderia perder amigos (naquela época quem usava sutiã não era mais criança e portanto tinha que se comportar como "MOÇA") , gostava de subir em árvore, de guerra de mamonas e de tocar as campainhas das casas e correr.
Tive poucas amigas, e muitos amigos, fui a ultima da turma a crescer, fui a BV por muito tempo, rsrs. Na minha família (quase toda religiosa) eu era a ovelha negra ( mulekona, tatuada, com piercing) depois com o tempo foram aparecendo outros pregos para serem martelados. Mas cansei de ouvir as mais diversas especulações sobre mim : achavam que eu era lésbica, "pervertida", esquisita, maloqueira, lésbica de novo, rebelde (e eu nunca dei trabalho pros meus pais!), briguenta, desleixada, muleka, hoje em dia minha vó diz que meu problema é que eu sou "disquitada" e "independente demais" ...?!... é virou desqualidade ser independente...rs... Eu não ligo, acho graça, minha família se ama muito, mas eles gostam da madeira lisinha sem pregos salientes.
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E muitas vezes tratamos o dependente químico em recuperação como um prego destoante numa madeira lisinha, não queremos saber se ele está feliz, ou se gostaria de fazer parte da nossa vida ou vice e versa, temos dificuldade de entender que aquela pessoa que tropeçou um dia lá no passado está conseguindo se levantar ou então já consegue caminhar.
A maioria dos meus amigos(as), adictos em recuperação, preferem estar com companheiros de programa, à companhia da família, porque junto com os seus eles se sentem normais, não são julgados pelo passado nem advertidos quanto ao futuro. Se sentem amados ao invés de condenados, conseguem sentir a saúde se reestruturando ou invés de se sentirem doentes infectocontagiosos, os companheiros tem orgulho deles ao invés de vergonha e dó.
Cansei de ver familiares de dep. químicos se referirem aos seus como se eles fossem uma doença contagiosa, já ouvi absurdos do tipo : "Vc é esposa, não tem vinculo de sangue, pode largar quando quiser!!!" Ah... Vá pra PqP, né?! (só pensei...rs). Escolhi viver ao lado do meu familiar porque acreditava na sua recuperação, porque tive sim muitos momentos felizes, e havia AMOR, UNIÃO....e SOMOS ATÉ HOJE UMA FAMILIA!!!! Ele hoje está em recuperação, sua mãe não passou pela fase braba da ativa, nós já estávamos casados, mas mesmo assim ela foi atingida de tal forma que sofre até hj por uma coisa que ela nem sabe o que é, hj eu e nossa filha somos muito mais a familia dele do que o próprio laço de sangue da casa dele! Ele sabe que eu não dou meios abraços, ou que não confio em sua recuperação, torcemos muito um pelo o outro.
Eu não posso "largar" ninguém, porque esse alguém não é um objeto, somos adultos e como adultos temos o livre arbítrio de escolher, e não me venha com essa de "laço sanguíneo", pois já vi absurdos proferidos por "laços de sangue" que eu não falaria nem ao próprio cramunhão...
Quiz Minuto:
"Cristo tinha laço sanguíneo com você?"
" Se vc desenvolvesse câncer, gostaria que seus familiares lhe tratassem por " e ai.careca", " doente", ou que falassem " BEM FEITO... QUEM MANDOU FUMAR!!! TEM MAIS É QUE SOFRER MESMO!!! TOMARA QUE MORRA!!!", gostaria?
"Vc se sentiria amado se seus familiares vivessem lembrando aquela burrada que vc cometeu?
"Vc é perfeito? Nunca errou? Vc gostaria de ser perdoado?"
"Vc ama sua família ou apenas convive com ela por causa do laço sanguineo?"
"Vc já deixou claro para sua família que se não tivesse o mesmo sangue que eles pouco se importaria se eles estivessem morrendo na sua frente?"
"Vc se acha mesmo melhor que outros?" e "Acha que Deus te ama mais por isso?"
"Por que é mais fácil doar dinheiro pro Criança Esperança do que ser amoroso a alguém?"
"É mais fácil pagar para que o problema suma do que aprender alguma lição com o problema?"
"Você acredita realmente que o culpado pelo seu fracasso pessoal são os outros???"
"Você é do tipo de pessoa que pra ser feliz é preciso que todos ao seu redor trabalhem arduamente para serem perfeitos?" "Você é perfeito?"
"Você julga o valor das pessoas pelo grau de perfeição em que elas estão?"
"Se eu te julgasse pelo quanto vc é perfeito qual seria sua nota?"
"Vc trata velhos, crianças, doentes, paraplégicos, mulheres grávidas e cegos com impaciência, brutalidade, pré- conceito ou de forma deselegante?"
"Quando vc conhece alguém logo faz um julgamento bem criterioso de quais vantagens aquela pessoa pode trazer pra vc?"
"Se seu pai sofresse um acidente no dia do seu aniversário, ele seria culpado pela festa não ter acontecido?"
"Você culpa as pessoas pelos não acontecimentos da sua própria vida?"
"Você acredita em livre arbítrio?"
"Você trata as pessoas da mesma forma que gostaria de ser amado?"
"Você acredita realmente, que uma pessoa faria mal a si mesma, só para TE prejudicar ?"
"Tem certeza de que seu nome não é PODER SUPERIOR???"
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A vida não se resume em ser feliz ou infeliz, ela se resume em escolhas. Você pode escolher entre:
Ser feliz ou não tentar;
Cortesia ou egocentrismo;
Amor ou ódio;
Carinho ou indiferença;
Aprendizado ou sofrimento;
Paz ou inquisição;
Amigos ou estranhos;
Recuperação ou negação;
Família ou Laço Sanguíneo;
Se vc é familiar de um dependente químico em recuperação, que frequenta Narcóticos Anônimos, saiba que muitas vezes a maior dificuldades deles já é se condenarem demais pelos prejuízos que causaram a eles mesmos e as pessoas que estavam em torno deles, então, família do adicto, porque não deixar esse trabalho pra quem sabe fazer, talvez Deus, ou quem sabe o Diabo (pq desconfio que quem julga é ele, Deus só perdoa!!!).
Vc tem a oportunidade de quebrar essa fachada, tirar as mascaras, e buscar ser feliz... o adicto em recuperação já tirou a dele... e vc??? Vai viver essa propaganda de margarina até quando???
Amos vcs Amigos...Amo Demais.....
5 comentários:
Uhuuu gata minha, arrasou mais uma vez!
Sabe Ci, ainda bem que o meu amor, é bem consciente da sua doença, e não se abala com comentariozinhos, ele nunca sofreu nenhum tipo de preconceito, mas já disse que se acontecer vai processar... pois preconceito é crime... Admiro o comportamento dele...:)
te amo Cicie... beijos
Cicie que post!!! Um tá melhor do q o outro. eu concordo com você e acho que o preconceito é uma barreira bem grande a ser enfrentada, por todos inclusive nós né? Eu mesmo, por não saber o que era a d.q, tinha vergonha de falar q namorava um d.q, q absurdo!!! é amiga, agente aprende que dq. é gente como agente..rs
Beijos amo você sempre!
Muito massa o texto! amei!! muito legal! foi maravilhoso ler esse post viu, pois o meu amor volta nesta sexta do tratamento (até que fim) e percebi que precisava de algo assim mesmo para a volta dele!
bjus..
ADOREIIIIII...Muito bom Cicie, adoro o modo que vc passa a msg...é muito bom de ler :D
TEAMOO AMORECO HEHE
TAMOJUNTO
Beeijos
Ahh, minha doce Cicie, como você é especial! Juro que por vezes até estranho seus comentários escancarando um EU TE AMO COMO VOCÊ É!!! Isso é tão lindo, e é tudo o que buscamos. Obrigada, amiga!
Vim aqui pra dizer que TE AMO, viu? Mesmo com sua cabecinha de prego se sobressaindo da madeira, TE AMO! Risos.
Post perfeito, Cicie! Você sabe que já ouvi o mesmo tipo de comentário: "você é esposa, eu sou mãe" e tal, no grupo. Quando na verdade o que nos une é o AMOR e não o sangue... Bahh!!!
Sem falar do preconceito que há aos DQs...
Arrasou nas palavras!
Beijos no coração, linda!!!
Te amo!!!
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